ISBN: 978-65-87388-07-6
Escreve-se livros por diversos motivos. Esse, escrevi para superar: primeiro, queria superar a incômoda monotonia do discurso exegético – esse estranho gênero metatextual que a ninguém parece agradar – e me arriscar na criação de uma espécie de literatura exegética que eu desconhecia, mas julgava possível. Em segundo lugar, queria superar a teologia como prática hermenêutica, queria produzir uma ateologia, negar qualquer caminho dogmático demonstrando quantas saídas pouco conhecidas nos oferecem as encruzilhadas daquelas antigas narrativas. Depois, queria superar a rigidez na aplicação dos métodos interpretativos, queria usá-los, manipulá-los, reduzi-los a instrumentos e não permitir, sob nenhuma condição, que me conduzissem, me enrijecessem. Queria superar também as formalidades e falsas objetividades que a vivência acadêmica nos ensina a empregar na comunicação escrita, queria me expressar livremente, tomar posse do meu texto, escrever abertamente em meu nome e não sob a autoridade de uma espectral comunidade do saber acadêmico. Enfim, queria, se possível, superar-me, elevar-me, fazer do processo de criação literária um meio particular de prazer e desenvolvimento pessoal
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