Descrição
A dimensão religiosa que procuramos a partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas poderá ser encontrada sob o prisma das relações estabelecidas no horizonte da vida e através da capacidade de ação e reação que a nova imagem antropológica da estética machadiana possui quando é defrontada profundamente com o senso de finitude. Daí a importância de se descobrir um significado maior para existência que pudesse imprimir sobre ela o tom intransitivo peculiar aos processos de intensificação da vida e ao mesmo tempo resguardá-lo do polo metafísico e negativo da eternidade. Podemos concluir até aqui que a intensificação da vida não deve ser equivalente, no espaço literário machadiano, ao desejo de eternidade. Se o ser humano for de fato o espelho no qual se torna nítida a teia de relação construída entre o finito e o infinito, certamente, a polaridade do infinito, do ponto de vista da nova imagem do humano machadiano, será representada pela intransitividade da vida. O ser humano machadiano aceita o risco de transcender à tragédia que se põe diante da vida humana e ao sentimento de vacuidade e, por isso, se lança para além deles nos limites da própria vida
Avaliações
Não há avaliações ainda.