Descrição
ISBN 9788592509279
O discurso identitário cultural brasileiro atual resulta de construção particularmente fundada no discurso oitocentista secularizado, certamente desdobrado e acrescido, mas com os mesmos elementos fundamentais. As mudanças epistemológicas causadas pela modernidade implementaram um secularismo acelerado que, junto com a introdução e o desenvolvimento de novas religiões no Brasil, tanto de matrizes cristãs (protestantismo no século XIX e depois o pentecostalismo e neopentecostalistmo), quanto africanas (por exemplo a umbanda e o candomblé), aproveitaram a cisão da identidade nacional que já acontecia pelo deslocamento de uma identidade secular, funcionando como complemento ou alternativa à identidade religiosa. Como reação, os setores conservadores da sociedade, incluído aí a Igreja Católica, tentaram a padronização da identidade brasileira erigindo ícones católicos como sua representação. Destarte, nesse contexto e em consonância com interesses das autoridades governamentais, duas iniciativas vultosas foram tomadas: a elevação de Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil e a edificação da imagem do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. No entanto, uma vez que a invocação da virgem era a mais popular entre os católicos, a identidade religiosa recaiu sobre Aparecida, abrindo espaço para que a estátua do Cristo assumisse outro papel sociocultural.
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